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Lic. Adriana Guraieb - Oglobo Brasil

Uma Argentina no divã analisa o craque Messi [Oglobo Brasil]


"En la opinión de la psicóloga Adriana Guraieb, la tendencia de los argentinos por terapia psicologicaestá relacionada con un pasado de "nostalgias, sacrificios de nuestros antepasados,el sufrimiento que recibieron sus hijos ya argentinos y a ello, sumados a innumerables crisis económicas que destruyeron la clase media y provocaron daños sociales, económicos y emocionales"."Los argentinos queremos siempre comprender lo que estamos viviendo, con el deseo de superar la adversidad, mejorar nuestra calidad de vida a través del autoconocimiento", aseguró Adriana, una de las primeras en iniciar en el país las terapias On Line, la moda que comenzó hace poco más de diez años y hoy hace bastante éxito.Hoy, cuando la selección vuelve a entrar en el campo, esta vez para enfrentarse a Croacia, todas las miradas serán para Messi. Hay una preocupación generalizada por lo que está pasando dentro de su cabeza y, sobre todo, por la capacidad de esa cabeza de soportar la expectativa de la hinchada nacional y del planeta entero"."

 

Uma Argentina no divã analisa o craque Messi

Nação com mais psicanalistas no mundo está obcecada pelo psicológico do ídolo

BUENOS AIRES - A falha cometida por Lionel Messi contra a Islândia, sábado passado, deixou torcedores, grande parte da mídia, amigos e familiares do craque argentino em estado de alerta. Como acontece muitas vezes com qualquer argentino que enfrenta uma situação emocional delicada, a resposta que imediatamente começou a aparecer em conversas e redes sociais foi a necessidade de um psicólogo para acompanhar a equipe comandada por Jorge Sampaoli.

A grande estrela da Argentina errou um pênalti que provavelmente resultaria na vitória de sua seleção e ativou a mania nacional por terapia, uma obsessão de décadas e que continua enraizada na sociedade.

De acordo com dados publicados por meios de comunicação locais, na Argentina existem 198 psicólogos para cada 100 mil habitantes, proporção mais alta do mundo. Entre pessoas de classe média e média alta, é raro encontrar alguém que nunca tenha feito terapia. Como explicou ao GLOBO o psicólogo Miguel Espeche, colunista do canal de TV “Todo Notícias”, “o estado de ânimo é algo muito importante para os argentinos. Aqui, surge um problema e já se fala em consultar um psicólogo”.

— Fazer terapia é parte da vida de muitos argentinos. E não é preciso sofrer uma patologia grave, basta sentir alguma incomodidade, uma dor causada por uma perda amorosa, por exemplo — ampliou Espeche.

A cena de Messi cobrindo seu rosto depois de ter perdido o pênalti causou forte impacto no país. Jornais como o “La Nación” aventaram um suposto estado anímico depressivo do jogador e a preocupação que isso gerou na seleção. As mensagens se multiplicaram nas redes, entre elas um vídeo enviado pelo clube Grandoli, da cidade de Rosário, onde Messi deu seus primeiros passos como jogador de futebol. “Toda criança argentina que sente paixão pelo futebol sonha com jogar numa Copa. Sempre, mas sempre, o mais importante é competir. Joguem sem pressão, divirtam-se como crianças, porque o sonho já foi alcançado”, diz o vídeo, destinado, claramente ao craque da seleção.

Até a mãe de Messi, Celia, fez questão de enviar uma mensagem: “Algumas coisas nos doem, como quando dizem que ele não sente a camiseta da seleção… Nós que o vemos sofrer, chorar, sabemos que isso não é verdade. Eu disse a ele que faça o que sabe, que aproveite, que jogue como quando começou no Grandoli”.

A questão do estado emocional de Messi invadiu todos os espaços da seleção e da mídia que cobre a Copa. Numa coletiva na Rússia, o jogador Gabriel Mercado teve de esclarecer que “eu não sou psicólogo”, quando foi perguntado sobre como estão Messi e Sampaoli.

Nos últimos dias, surgiram até mesmo rumores sobre uma crise entre o craque e sua mulher, Antonella Roccuzzo, desmentidos quando ela publicou uma foto no Instagram com a mensagem “estamos sempre com você”. Na Rússia, repórteres de outros países consultam colegas argentinos sobre a presença de psicólogos na equipe de Sampaoli. A resposta de Sebastián Fest, autor do livro “Mistério Messi”, foi que essa seleção não acredita em psicologia e, portanto, não trabalha com psicólogos, “embora precisem de vários”.

'TORCIDA É INFANTIL'

Internautas inundaram as redes com análises sobre o que está acontecendo com Messi: depressão, frustração, angústia e incapacidade de suportar a pressão da torcida foram algumas das explicações publicadas.

Na opinião da psicóloga Adriana Guraieb, a mania dos argentinos por terapia está relacionada a um passado de “nostalgias, sacrifícios de nossos antepassados, somados a inumeráveis crises econômicas que destruíram a classe média e provocaram danos sociais, econômicos e emocionais”:

— Os argentinos queremos sempre compreender o que estamos vivendo, com o desejo de superar a adversidade, melhorar nossa qualidade de vida através do autoconhecimento.

Hoje, todos os olhares serão para Messi. Existe uma preocupação generalizada pelo que está se passando dentro de sua cabeça e, sobretudo, pela capacidade dessa cabeça de suportar a expectativa nacional.

— A torcida argentina é bastante infantil, parece mesmo uma criança exigindo a Copa do Mundo a seus pais. Quando essa demanda se frustra, o jogador é julgado moralmente, quase crucificado — concluiu Espeche.

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